
IA está revolucionando o ensino e trazendo novas formas de aprendizagem e personalização, ao mesmo tempo que impõe desafios, como o uso ético e responsável da tecnologia
A inteligência artificial na educação vem ganhando cada vez mais espaço, trazendo mudanças significativas na forma como os alunos aprendem e os educadores ensinam, seja na educação básica ou no ensino superior.
Segundo a pesquisa “Perfil e desafios dos professores da educação básica no Brasil”, do Instituto Semesp (entidade que representa mantenedoras de ensino superior do Brasil), 75% dos docentes acreditam que a tecnologia e a IA são aliadas no processo de aprendizagem nas escolas. Mais do que uma tendência, a IA vem se firmando como uma estratégia para personalizar o ensino, oferecer novas formas de aprendizagem e ampliar o acesso ao conhecimento de forma mais inclusiva.
Na educação superior, 71% dos estudantes de graduação conhecem e utilizam frequentemente a ferramenta para os estudos, de acordo com o estudo “Inteligência Artificial na Educação Superior”, da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e Educa Insights.
No entanto, o uso da IA, sobretudo no contexto educacional, pressupõe postura e reflexão ética para utilização de forma responsável, focando no desenvolvimento de habilidades como autonomia, criatividade e pensamento crítico nos estudantes. Além disso, é preciso considerar os desafios relacionados à infraestrutura e à formação de professores para lidarem com essa tecnologia.
Neste texto, vamos entender o que é a inteligência artificial na educação, seus benefícios, desafios e principais aplicações nas escolas.
O que é inteligência artificial na educação?
A inteligência artificial é a capacidade de máquinas e sistemas digitais em aprender, decidir e executar tarefas tradicionalmente humanas com base em dados e padrões. No contexto educacional, significa que plataformas, aplicativos e softwares estão sendo treinados para analisar o desempenho de estudantes, recomendar conteúdos personalizados, prever dificuldades de aprendizagem e até automatizar processos burocráticos e administrativos.
Hoje, já existem diferentes tipos de IA sendo aplicadas na educação. Entre eles, destaca-se a chamada IA generativa, como o ChatGPT, Google Gemini, Microsoft Copilot e Midjourney, capaz de criar textos, imagens e outros conteúdos a partir de comandos (prompts) e aprendizados prévios, tomando como base um conjunto de dados pré-existentes.
Esse tipo de IA, se utilizada de forma ética e consciente, pode apoiar a criação de planejamentos pedagógicos e materiais didáticos pelos professores e novas formas de pesquisa e aprendizado dos alunos, estimulando a criatividade e o protagonismo dos estudantes.
Principais aplicações e benefícios da inteligência artificial na educação
A inteligência artificial está cada vez mais presente na educação. Confira como ela pode ser aplicada no contexto educacional e seus benefícios:
Identificação de dificuldades de aprendizagem
A inteligência artificial pode analisar dados de desempenho escolar e identificar padrões que indicam possíveis dificuldades de aprendizagem dos alunos. Ela permite detectar esses sinais precocemente, oferecendo relatórios detalhados para professores e gestores e propondo planos de recuperação. Assim, é possível intervir com estratégias personalizadas, aumentando as chances de sucesso do estudante.
Personalização do ensino
Plataformas utilizam IA para ajustar o conteúdo conforme o desempenho do estudante – por exemplo, seus acertos e erros nas atividades propostas. Desta forma, cada aluno pode ter feedback em tempo real para avançar em seu próprio ritmo e receber sugestões mais direcionadas com base em seus pontos fortes e fracos.
Maior engajamento e colaboração
O uso da IA pode ajudar a criar experiências de aprendizado mais interativas, como simulações com realidade virtual e ambientes colaborativos, tornando o aprendizado mais dinâmico, interativo e envolvente.
Correção automatizada e apoio ao professor
A IA pode corrigir provas objetivas, fazer lançamentos de notas e gerar relatórios. Um exemplo no Brasil é o projeto do Governo do Estado de São Paulo, que começou a utilizar inteligência artificial para auxiliar na correção de atividades escolares. A iniciativa busca liberar o tempo que os educadores gastavam nessas tarefas automáticas, para que eles possam se dedicar mais ao planejamento pedagógico e ao acompanhamento individual dos alunos.
Monitoramento e tomada de decisão
Sistemas de gestão escolar com IA conseguem identificar comportamentos de risco, como queda de desempenho e faltas. Com isso, é possível agir para evitar a evasão escolar, por exemplo. Ao analisar dados sobre os alunos e fornecer informações aos professores e gestores escolares, a IA auxilia na tomada de decisões estratégicas.
Acessibilidade e inclusão
A inteligência artificial também facilita a inclusão. Ferramentas de leitura com voz, interpretação de Libras, tradutores automáticos e interfaces adaptadas para pessoas com deficiência ajudam a tornar o ensino mais acessível. A Microsoft, com o Immersive Reader, e o Google, com legendas automáticas no Meet, são exemplos dessa aplicação.
Desafios da implementação da IA na educação
Para que a IA seja efetivamente integrada ao contexto escolar, é fundamental investir em infraestrutura adequada, letramento digital, políticas públicas que garantam equidade e qualidade no ensino e formação contínua dos professores. Os educadores devem receber capacitação para usar as ferramentas de IA de maneira crítica e integrá-las com intencionalidade pedagógica à proposta educacional, mantendo seu papel como mediador e orientador do processo de aprendizagem
O relatório “AI and Education: Guidance for Policy-makers”, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), destaca a necessidade de regulamentação ética no uso da IA na educação, pautada em princípios como responsabilidade, inclusão, justiça e segurança. A proteção da privacidade e a segurança dos dados sensíveis dos estudantes são fundamentais, e deve haver a garantia de que informações pessoais não sejam vulneráveis.
Além disso, é fundamental que professores, pais e responsáveis fiquem atentos ao uso equilibrado da tecnologia, principalmente em relação à IA generativa. Isso porque o uso excessivo ou mal orientado pode levar à dependência tecnológica, prejudicando o desenvolvimento do pensamento crítico dos estudantes.
Outros pontos de atenção do uso da IA generativa dizem respeito à possibilidade de reproduzir conteúdos nocivos e textos com vieses e preconceitos de gênero, raça e classe social, a partir dos dados e insumos utilizados no seu treinamento. Divulgar informações inverídicas e dados falsos também constituem riscos -- daí a necessidade de desenvolver a visão crítica dos alunos.
Como a Start by Alura trabalha o tema no dia a dia
A Start acredita que o uso da inteligência artificial na educação precisa ser ético, transparente e pedagógico. Não basta adotar ferramentas tecnológicas, é necessário implementá-las com intencionalidade pedagógica e dentro de uma proposta que dialogue com o processo de ensino e aprendizagem.
Por isso, a Start está sempre acompanhando as transformações tecnológicas na educação, promovendo uma abordagem inovadora, inclusiva e alinhada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A solução está presente em mais de 7 mil escolas no Brasil, oferecendo uma plataforma com trilhas de aprendizagem práticas e interativas, que incentivam o pensamento computacional por meio de projetos reais.
Com foco na formação integral dos estudantes, a Start também investe na capacitação contínua de professores, combinando apoio na gestão de sala de aula, pedagógico e técnico, além de disponibilizar materiais para que a aula aconteça e assim apoie o professor a integrar tecnologia ao currículo escolar de forma acessível e contextualizada, permite que a inovação e a equidade avancem juntas, preparando alunos e professores para os desafios do futuro.
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